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17/01/2008

Novos projetos...


Estou escrevendo um livro [livro mesmo, mesmo!!!] chamado "A Casa", com uma história beeeem mais longa e melhor q a da loira!!! Esta fikando demais!!! Quem quiser conferir [versão "beta"], segue o link: http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=49880&tid=2576245094257669207&na=1&nst=1


e segue a imagem da história acima ^^^


Bom... o L' `Z apresentado acima do título é a mesma coisa que casa, em japonês hehehehe...


E sobre o RPG Maker...

Bom... eu estou tentando um Silent Hill RPG... mas o projeto está sendo mt difícil de

dar continuidade devido a história... eu axei q as duas história que criei inicialmente ficaram muuuuuuuuuito infantis...

Mas mesmo assim continuo tentando...

Mas agora entrei em um projetinho junto com um krinha q conheci na net, sou o "Designer" dos CharsSets [personagens que andam no jogo... hehehe] mas está sendo meio... humpf... um tanto desafiador, já que não concordo com algumas idéias dele...

Qdo o texto da casa ficar pronto e re-revizado, eu colco, aos poucos, aqui no blog...

e assim q conseguir criar algo no SH-RPG... eu envio Screenshots do game...

07/01/2008

Wallpaper da Loira do Banheiro


Bom... É claro que não poderia faltar um WallPaper né!!!


Espero que gostem


A Loira do Banheiro


Oi pessoal, eu sou novo no Blog e criei este aqui para postar meus contos... Vou começar com o que fez mais sucesso... humpf...


Quando alguém morre num momento de extremo ódio ou mágoa é criada uma maldição, e quem se deparar com ela será consumido por sua fúria e rancor. Antigo provérbio oriental.



A Loira do Banheiro

Prólogo

Festa do pijama, garotas jovens, altos papos, filmes engraçados sobre adolescência e brincadeira da garrafa. Já estava tudo programado para o que iria rolar aquela noite.
Fora tudo combinado durante a aula de português, onde a professora distraiu-se, empolgada com o texto que copiava no quadro negro. Alisson escreveu um bilhetinho no caderno e rasgou a folha onde ele estava junto á outra folha.
Depois de jogar a folha em branco no lixo, voltou á sua mesa, sem esquecer-se de deixar o bilhete á Clara.
A garota fez um aviãozinho com o papel, após lê-lo e o jogou á Julia, que o amassou e arremessou até Jennifer, por sua vez, rolou o papel para Júnia. Assim, soou o alarme que liberava os alunos para o ônibus escolar.
As cinco saíram da sala com um ataque de riso e foram todas para o mesmo ônibus.
- Por que você decidiu assim, de uma hora para outra que poderíamos ir á sua casa? – questionou Júnia, que sorria, exibindo seus enormes dentes da frente.
A garota jogou seus cabelos escuros, deu um sorriso malandro, jogou um beijinho e cochichou:
- Porque meus pais saíram viajar e só me ligaram no intervalo.
Essa frase levantou o riso das outras quatro garotas.
- Lá tem o que comer? – Jennifer perguntou.
- Não, teremos que comprar. – Alisson respondeu.
As cinco verificaram os bolsos para ver se havia algum dinheiro.
- Seu irmão vai estar lá? – Julia perguntou erguendo uma de suas sobrancelhas.
Alisson balançou a cabeça positivamente.
Todas desanimaram.
- E provavelmente ele vai levar seus amigos idiotas... – a garota lembrou.
- Até que eles são uns gatinhos, não? – Jennifer animou.
O ônibus parou e todas desceram, acompanhadas por um grupo de três garotos, Joe, irmão de Alisson e seus outros dois amigos, Marcos e Carlos.
- Já vou lembrando: um, nada de rock alto, dois, se forem jogar vídeo-game, joguem na televisão do seu quarto, pois vamos ver filme na sala e três, nada de nos espionar trocando de roupa ou tomando banho! – Alisson disse, com arrogância.
- Vocês vão jogar o jogo da garrafa? – perguntou Carlos.
- Vamos.
- Podemos participar?
- O que vocês acham garotas? – Alisson perguntou olhando para as amigas.
Todas deram de ombros.
- Podem desde que a gente não ache cerveja por toda casa.
O grupo começou a andar em direção á casa. Pouco antes de entrarem lá, as meninas ouviram risinhos maldosos.
Logo, estavam todos se alojando dentro da casa, as meninas no quarto de Alisson e os garotos no quarto de Joe, todos ligando aos pais para que soubessem onde estavam.
Não demorou muito á começarem os sons de tiros do jogo de vídeo-game e a melodiosa musica pop do filme.
Alisson e Jennifer fizeram um bolo de chocolate e foram oferecer para os meninos, após se fartarem. Até que chegou a meia noite.
Elas foram se trocar, todas com roupas velhas da anfitriã e tiveram uma breve guerra de travesseiros até que Marcos bateu na porta. Clara atendeu.
- Vamos jogar o jogo da garrafa?
Todas concordaram e foram para a sala, onde Joe e Carlos já aguardavam com a garrafa na mesa-de-centro.
Sentaram-se no aconchegante sofá azul.
- Hei! Vamos todos sentar no tapete!
Elas obedeceram, todas bufando.
- Quem vai rodar a garrafa primeiro? – Marcos perguntou, olhando para todos ao redor da mesa.
- Eu! – Jennifer disse, após algum tempo de silêncio.
Ela pegou a garrafa pela lateral e rodou... Rodou... Rodou... Começara a parar...
Júnia, Carlos.
- Verdade ou desafio? – a garota perguntou.
- Verdade.
Júnia deu um risinho.
- É verdade que você... Ainda é “BV”?
Ele ficou vermelho.
- Desafio! – ele gritou repentinamente.
Todos riram.
- Eu quero que você dance “na boquinha da garrafa”. – a garota riu.
Ele pegou a garrafa e colocou-a sobre o chão de madeira. Quando iria dançar, um vento frio fez com que todos tremessem naquela sala.
As cortinas vermelhas começaram a balançar em resposta ao vento. Alisson correu fechar a janela.
A brincadeira continuou até altas horas, com os mesmos tipos de perguntas. Até que Alisson rodou a garrafa.
Carlos, Júnia.
- Verdade ou desafio? – ele perguntou com uma cara de safado.
Ela optou pelo desafio, temendo a pergunta.
- Amanhã, na escola, você deve entrar no banheiro masculino, e filmar você mesma fazendo o ritual da loira do banheiro!
- Como? – ela perguntou.
- Você tem que chamar pela loira, três vezes, xingando, pegar uma tesoura e estourar o ralo e depois olhar para seu reflexo no espelho fixamente por três minutos...
- Quando devo lhe entregar a fita?
Joe aproveitou-se da situação:
- Amanhã nos reuniremos de novo aqui. – sorriu.
Todos concordaram e foram dormir.

Já de manhã estavam todos de pé para ir até a escola. Júnia já havia preparando a câmera dos pais de Alisson para o ritual e as outras riam, toda vez que se lembravam que ela teria que entrar no banheiro masculino.
O ônibus escolar chegou e todos subiram correndo para pegar um lugar onde sentar. Júnia ficou de pé.
- Não me diga que você está com medo! – Alisson zombou.
Júnia deu um sorriso falso, amarelo e ficou muda durante toda a viagem até a escola. Assim que chegaram, bateu o sinal.
A sala onde estudavam era mais escura que as outras da escola. Sua parede era pintada de amarelo até a metade, a outra era branca. As carteiras eram minúsculas, todos se sentavam tortos, para que pudessem escrever. As cortinas eram de uma tonalidade de verde bem escura e as luzes não iluminavam muito. Enfim, muito desconfortável.
Passaram-se três aulas antes que Júnia pedisse para ir ao banheiro. Ela levantou-se para pedir a professora, com a câmera e a tesoura escondidas no bolso de sua grossa blusa de frio azul. As outras quatro meninas tiveram um ataque de risinhos, que fez a professora de português ficar desconfiada.
Lá foi Júnia. O barulho de seus passos ecoava pela laje do chão.
Ao chegar em frente á porta do banheiro ela ouviu alguém assoviando. Correu até um bebedouro que lá havia e fingiu beber água até que o garoto saiu de lá. Assim que ouviu o barulho da porta da sala de aula onde ele estudava bater, correu até o banheiro.
Um horrível cheiro de urina encheu suas narinas e quase a fez vomitar.
- Vamos acabar logo com isso! – murmurou, ligando a câmera e a colocando em cima de uma das pias.
Ela foi ao centro do banheiro, localizou o ralo em um dos únicos três chuveiros da escola e começou:
- Venha sua loira burra!
Ela ouviu passos e correu pegar a câmera para se esconder em um dos boxes temendo ser pega. Ninguém apareceu.
Júnia colocou a filmadora de volta naquela pia, pegou a tesoura e continuou tímida, sussurrando, alto o bastante para a câmera captar o som.
- Venha me pegar loira retardada!
Ela olhou para os lados.
- Venha, sua loira puta!
Assim que terminou a frase, e correu até o ralo e enterrou a tesoura. Começou a cavocar como se fosse terra até que se partiu.
A porta do banheiro fechou-se abruptamente. Júnia pulou de susto.
Ainda com a respiração ofegante, começou a se olhar no espelho.

A aula passara e nada de Júnia voltar do banheiro. Eles começaram a ficar preocupados.
Chegou o intervalo. Todos correram para o pátio, todos, menos os sete jovens, que permaneceram sentados, em silêncio, preocupados com sua amiga, que não voltara.
Uma garota foi até a porta e logo depois olhou para eles.
- Vocês viram Alice?
- Quem? – Clara perguntou.
- Alice, a menina que senta ao meu lado...
Todos balançaram a cabeça negativamente.
- Sabia que ela iria amarelar! – a garota resmungou.
Assim que ela saiu, batendo a porta levemente atrás de si, Alisson virou-se para os outros e falou:
- Alguém tem que ir até lá ver o que houve com Júnia!
- Carlos, vá lá ver o que aconteceu... – murmurou Jennifer.
Ele se levantou vagarosamente e foi até a porta, que se abriu com um ruído de metal enferrujado. Foi andando firmemente até o banheiro, passando pelos enormes corredores com grandes fileiras de armários. Não havia ninguém lá, a não ser pela câmera, jogada no chão. O piso e a parede estavam todos molhados.
Olhou dentro dos boxes para ver se júnia se encontrava por lá. Nem um rastro.
Uma das torneiras estava aberta. Carlos fechou-a e agarrou a câmera, que para sua surpresa, ainda estava ligada.
Ele desligou a filmadora e voltou para a sala de aula. Alisson, a única que sabia mexer no objeto, o aguardava de pé.
- Aqui está. – disse, entregando-lhe a câmera.
Ela sentou-se em uma cadeira enquanto os outros iam amontoando-se ao seu redor.
- Há quanto tempo ela saiu daqui? – Alisson perguntou, apertando alguns botões da filmadora.
- Já faz uns vinte minutos... – Julia responde, com um ataque repentino de coceira.
Jennifer concorda com a cabeça.
- Achei... Aqui está! Será que Júnia não está nos pregando uma peça? – Alisson disse, colocando para fora da câmera uma tela bem pequena.
- Se for... Está dando certo. – Joe murmurou.
O filme que Júnia fizera de si mesma começou a ser mostrado.
Ela colocou a câmera em cima de uma pia e murmurou algo enquanto ia até o centro do banheiro. Chamou pela loira pela primeira vez. Ouvem-se passos. Júnia agarra a câmera e a desliga, rapidamente.
A luz da sala de aula começou a enfraquecer até que Joe olhou para ela, por cima dos ombros, e voltou ao normal.
Assim que a filmadora é ligada novamente e recolocada na pia, Júnia volta ao centro do local, desta vez com a tesoura em mãos. Chamou pela loira outra vez. Pausa. Chamou pela terceira e ouve-se um barulho muito alto. Ela se assusta, mas mesmo assim, olha para o espelho fixamente, depois de cavocar o ralo do chuveiro.
A luz da sala de aula começou a piscar. Talvez fosse brincadeira de Júnia, mas mesmo assim, todos sentiam que havia algo de errado com aquela escola.
A câmera começou a falhar. Um vulto passou ao seu lado. Júnia grita e a câmera cai no chão, impedindo que eles vissem o que aconteceu. Grito. Mais alto. Barulhos. Silêncio.
Alisson aperta um botão, que acelera o filme até que Carlos chega e desliga a câmera.
- O que aconteceu? – Alisson perguntou, tremendo.
- Devemos mostrar isso á alguém? – Julia questionou.
- Não... Eles iriam pensar que é algum tipo de brincadeira. – desanimou Joe.
Alisson fechou o zíper de sua blusa de frio enquanto dizia:
- Mas temos que fazer algo!



Capítulo 1: Joe Sullivan

Joe nem conseguia jogar bola direito. Errou vários “gols”. Não conseguia parar de pensar em Júnia.
Suava mais que o normal, mesmo correndo menos. O cheiro da grama que antes lhe agradava as narinas, se tornara enjoativo.
Logo que o jogo acabou, ele nem tomou banho no clube. Foi para sua casa.
Andava pelas ruas ligeiramente, querendo apenas chegar mais rápido, esquecer a escola. Mas isso era impossível.
Assim que chegou, Paloma, sua linda namorada, o aguardava sentada na poltrona, olhando para a televisão, logo á frente da mesa de centro, em uma estante.
- Olá! Não esperava te encontrar aqui! – disse, cansado.
Ela não respondeu.
- Paloma?
- Fala... – ela respondeu muito desanimada.
Ele foi até o sofá e sentou ao seu lado. Paloma estava chorando.
- O que houve meu bem? – falou carinhosamente.
Ela esfregou os olhos.
- É um mau pressentimento... – soluçou.
Joe a abraçou e lhe deu um beijo na bochecha.
- Vou tomar banho e já volto para conversarmos direito.
Ele subiu as escadarias para o segundo andar e foi para seu quarto, onde havia um banheiro.
Entrou vagarosamente e retirou sua roupa. Seu cheiro forte de suor o estava incomodando desde o clube.
A água quente do chuveiro caiu sobre seu corpo, esfumaçando todo o box. Qual era seu problema?
O que estava sentindo exatamente? O que era aquele vazio?
Desligou o chuveiro e começou a se enxugar. Foi até a pia e escovou os dentes. Trocou-se, mas quando foi descer as escadarias ouviu um barulho de água corrente.
Voltou ao banheiro e notou que a torneira estava aberta. Fechou-a e saiu novamente. Mas quando foi descer as escadarias, ouviu o barulho de água corrente novamente.
- Mas o que?
Foi ao banheiro. A torneira estava aberta.
- O que está acontecendo aqui?
Fechou. Saiu e desceu as escadas. Foi quando ouviu o barulho de água corrente de novo.
Voltou para o banheiro e fechou a torneira, mas o barulho continuou mais baixo.
“Deve ser do quarto de Alisson”, pensou.
Andou vagarosamente pelo corredor que distanciava seu quarto do de sua irmã.
Ao abrir a porta, o barulho ficou mais alto. Foi até o banheiro e viu Paloma em frente á pia com a torneira aberta, passando um batom em torno de seus lábios.
- Ah! É você! – Joe disse aliviado.
Seu alívio passou quando viu que ela não parava de passar o batom e que sua boca já estava completamente vermelha. Ele começou a chorar e coçar sua cabeça.
- O que está acontecendo?
De repente, Paloma parou de passar e repassar o batom, que caiu de sua mão.
Ela o olhou nos olhos. Depois, desmaiou.
Então Joe começou a olhar fixamente para sua frente, como se não enxergasse nada.
Sem controle. Mente vazia. Frio insuportável.
Agarrou Paloma pelo pé direito, começou a descer as escadas. A cabeça da garota batia em cada degrau que descia. O som se tornara abafado á seus ouvidos. Ela abriu os olhos, mas continuou naquele estado. Sua testa começara a sangrar.
Joe á levou até a cozinha. Pegou um garfo. Retesou seu braço. O olho. Sangue por toda parte. Ele começou a gemer e urrar. Agarrou a garota pelos cabelos e beijou-a. Seu coração batia forte. Seu frio aumentara.
O barulho de água corrente voltou á preencher seus ouvidos. O cheiro forte da morte tomara todo o local.
Ouviu o tilintar de um molho de chaves e, logo depois, a maçaneta. Alguém entrou na casa.
Foi andando bem devagar até a sala.
- Filho? O que aconteceu? Olhe! Você está cheio de sangue! – Gloria, sua mãe dissera.
Ela era uma mulher muito bonita, mesmo com a idade bem elevada, tentava se cuidar. Seus cabelos estavam amarrados em um rabo-de-cavalo bem preso e ainda estava com sua roupa de trabalho, um uniforme todo azul.
Uma ótima mãe e amiga, Joe e Alisson poderiam contar tudo para ela.
Foi correndo até o filho, deixou o molho de chaves e a bolsa em cima da mesa-de-centro e foi ver o que havia acontecido com ele. Tentou abraça-lo, mas ele á segurou pelos cabelos.
Ela gritou porem ele a arrastou até a cozinha, onde estava o corpo de Paloma. Ao vê-lo, Gloria começou a relutar.
Joe a pegou e jogou dentro da geladeira, e começou a tentar fecha-la lá dentro. Ela tentava segurar a porta para que ele não a matasse. Os alimentos lá de dentro começaram a cair.
- Por que está fazendo isso filho? Por quê?
Ele ignorou-a e fechou a porta da geladeira.



Capítulo 2: Jennifer Daee

Jennifer continuou na escola. Cruzou em um corredor com Marcos, que voltava do futebol.
- Oi!
- Oi...
Não conseguia encarar nenhum deles. Continuou a andar até chegar á sua sala de aula.
- Qual o problema? – Marcos perguntou inocentemente.
Ela se irritou. Júnia e Carlos desapareceram, todos estavam agindo estranho e ele ainda perguntara “qual o problema?”. Qual o problema DELE?
- Você é retardado? Cego? Algo do tipo? Qual o SEU problema!? Não está sentindo algo diferente não? Eu estou! Estou sentindo dois amigos desaparecidos!
Marcos começou a chorar. O sinal bateu, o que os fez entrar na sala de aula.
Jennifer sentou ao lado dele.
- Desculpe-me... Eu não pensei que... – ela começou. Suspirou.
Ele levantou-se e saiu da sala.
- Ei? Tudo bem? – Greg, o professor de matemática perguntou.
- Sim... Tudo...
Ela nem notou, mas todos os outros alunos já estavam dentro da Classe.
Não adiantou nada ficar assistindo a aula. Estava completamente desconcentrada.
O sinal parecia demorar, o relógio não se movia. O tempo não passava.
Jennifer adormeceu, sua cabeça tombou para frente e ela bateu a testa na carteira. Acordou instantaneamente, toda ensangüentada.
Levantou-se rapidamente e, aos gritos de ajuda do professor, foi correndo ao banheiro se lavar. Não viu nada enquanto andava, como se sua concentração fosse total á chegar ao banheiro.
Assim que entrou, lavou-se. Fora apenas um pequeno corte. Rasgou a parte debaixo de sua blusa e enfaixou a testa. Respirou aliviada. Fechou a torneira e saiu.
Quando estava atravessando a porta ouviu a torneira aberta novamente. Ignorou, queria apenas ir até a enfermaria do colégio cuidar de seu ferimento.
Continuou andando até que ouviu um baque forte na classe de Greg. Ia entrar, mas sua cabeça começou a doer, o que a fez apressar o passo até a enfermaria.
Os corredores estavam vazios. O barulho de seu sapato em contato com o piso azul ecoava por toda parte.
Chegara à enfermaria e ficou de pé no balcão para que alguém a atendesse. Um horrível cheiro de podre encheu o ar.
- Tem alguém aí? – Jennifer gritou, tampando o nariz.
Nada. Nenhum som.
- OI!
Ficou esperando por mais três minutos, resolveu ir para a sala do velho diretor, Robert David.
Saiu da enfermaria e começou a andar apressadamente.
Quando passou novamente em frente aos banheiros ouviu o barulho da torneira e o mesmo baque que ouvira na sala do professor Greg, porem, desta vez, no banheiro masculino.
- Tá tudo bem aí?
Baque.
Jennifer se assustou. Encostou a orelha sob a porta para tentar ouvir mais.
Baque.
Ela quase deu um grito. Resolveu entrar para saber o que estava acontecendo.
Baque.
Abriu a porta vagarosamente e entrou bem devagar.
Baque.
Lá estava Marcos. Caído no chão.
- Marcos? Você está bem?
Ele levantou-se e olhou bem em seus olhos. Fitou-a por certo tempo. De repente escorregou e caiu. Baque. Jennifer gritou.
Marcos ficou no chão, até que se levantou novamente. Escorregou. Caiu. Baque.
Ela saiu correndo.
Quando estava virando a ponta do corredor em “L”, ouviu um barulho de alguém que não conseguia respirar. Parou. Olhou para trás.
Lá estava, parada, de pé, uma garota, com um vestido branco todo rasgado e longos cabelos loiros que cobriam seu rosto.
- Quem?
A garota começou a andar lenta e vagarosamente. Começou a erguer sua cabeça. A luz daquele corredor desligou-se.
Escuro.



Capítulo 3: Julia Cristina

Julia acordara com o sinal para a saída. Levantou-se rapidamente e saiu em disparada para o ônibus escolar. Queria falar com Alisson.
Assim que á viu, sentada na parte da frente do ônibus, foi sentar ao seu lado.
- O que está havendo? Por que seu irmão saiu mais cedo? Ele foi ao clube? – Julia perguntou.
Sua amiga não respondeu.
As duas ficaram mudas o caminho todo, até que Alisson desceu.
- Thau, Alisson.
Sem resposta.
Julia desceu logo em seguida, em frente á praça, pois sua casa era bem perto. Lá estava um grupo de ciganos, que dançavam, cantavam, faziam mágicas entre outras coisas.
Ela resolveu dar uma olhada. Andou vagarosamente entre os canteiros de flores até avistar uma barraca azul, com dizeres em letras douradas: MADAME LUA. Conheça seu destino!
Uma estranha impulsão a fez entrar naquele lugar. Era uma barraca pequena e escura por dentro, com um forte cheiro de incensos perfumados. A possível “madame lua” estava sentada em um pequeno banquinho de madeira, com vestes longas e leves em tons azulados.
- Entre querida! Entre! – a estranha disse com a voz tremula.
Julia começou a entrar lentamente.
- Sente-se aqui! – madame lua disse, apontando para uma cadeira á frente de sua mesa, que continha um maço de cartas.
- O que é isso? – A garota gaguejou, apontando para as cartas.
- Tudo á seu tempo! Tudo á seu tempo! – a velha murmurou.
Assim que Julia sentou-se, a senhora colocou o maço de cartas em sua mão e disse:
- Embaralhe.
Ela embaralhou, até que a madame lua, levantou seu dedo indicador, como se falasse para parar. A garota parou, então a velha tomou as cartas de sua mão.
- Corte em mais três maços.
Julia obedeceu e cortou três vezes o baralho.
- Retire uma carta de cada um.
Ela retirou as três cartas e as colocou em cima da mesa. Madame lua as pegou e colocou á sua frente e deixou o restante de lado.
Virou a primeira, que continha a ilustração de um homem, pendurado á uma árvore pelos pés.
- Este é o enforcado... Mostra o seu presente...
Virou a segunda carta. Era um espectro negro, com os olhos vermelhos.
- Esta é a morte... Mostra seu futuro...
Virou a terceira. Desta vez era um anjo, segurando uma espada vermelha.
- Esta é a vida... Mostra seu passado...
Assim que ouviu essa frase, Julia nem esperou explicação, saiu da barraca e foi para sua casa.
Assim que chegou, começou a chorar.
Uma enorme dor de cabeça começara. Sentiu vontade de vomitar e foi correndo até o banheiro.
O telefone começou a tocar. Ela limpou-se com um pouco de água e foi atender.
- Alô! Julia? É a Alisson.
- Oi Alisson...
Julia ouviu um barulho muito estranho no telefone, como se alguém estivesse tentando respirar, mas sem sucesso.
- Alisson? Tá tudo bem aí?
- Eu estou na escola! Venha ajudar! Rápido!
Desligou.
A garota pegou um casaco e saiu. Foi correndo até a escola.

O portão estava fechado.
- ALISSON! – gritou.
Nenhuma resposta.
Ela agarrou-se á uma barra na diagonal do portão e o pulou. A porta da escola estava entreaberta. Julia entrou cautela e vagarosamente.
Estava tudo muito escuro. Ela pegou o celular e ligou para a amiga.
- Alô? Julia?
- É... Onde você está?
- No banheiro!
- Me espere que já estou indo aí!
Ela começou a correr pelos corredores. Estava realmente escuro, mas sua convivência diária com a escola formou em sua cabeça um mapa, que á guiou até o banheiro.
- Alisson?
Entrou no banheiro feminino, mas não havia ninguém lá. A única coisa de estranha era uma das pias, cuja torneira estava aberta.
- Alisson?
Ouviu várias batidas repentinas na parede que dividia os banheiros. Gritou.
Saiu daquele banheiro e foi andando vagarosamente até o outro. Começou a abrir a porta. Entrou. Gritou. Saiu correndo. Escorregou. Caiu de cabeça. Dor.
Lá estava Alisson, enforcada. Também estava a loira, pendurada no teto, estática, com seus cabelos escondendo seu olhar, segurando uma corda que se estendia até o pescoço da amiga.
Ainda atordoada, dolorida, Julia levantou-se e saiu daquele lugar. Tudo parecia uma mancha preta diante de seus olhos. Sua dor era insuportável.
Ela rastejou-se até a entrada, onde parou, ao ver Jennifer.
- Jen... Me... Ajuda... – disse, cuspindo sangue.
Jennifer virou-se. Gritou.



Capítulo 4: Clara Andersen

Clara pegou a câmera e a conectou no computador através de um fio. Passou a filmagem a um CD de DVD e saiu de seu quarto.
Sua casa era pequena, mas aconchegante. A sala era toda decorada com cores quentes e seu piso era de madeira. Continha uma enorme televisão em um armário, junto com vários livros. O controle da TV e do aparelho de DVD ficavam sempre em cima da mesa-de-centro.
Ela sentou-se em seu sofá amarelo, pegou os controles e ligou a televisão. Ela se levantou novamente e colocou o disco no aparelho, depois, voltou novamente a se sentar.
Viu o filme novamente.
Ela colocou a câmera em cima de uma pia e murmurou algo como “... Acabar logo com isso!” enquanto ia até o centro do banheiro. Chamou pela loira pela primeira vez. Ouvem-se passos. Júnia agarra a câmera e a desliga, rapidamente.
Assim que a filmadora é ligada novamente e recolocada na pia, Júnia volta ao centro do local, desta vez com a tesoura em mãos. Chamou pela loira outra vez. Pausa. Chamou pela terceira e ouve-se um barulho muito alto. Ela se assusta, mas mesmo assim, quebra o ralo com a tesoura e olha para o espelho fixamente.
A câmera começou a falhar. Um vulto passou ao seu lado. Júnia grita e a câmera cai no chão, impedindo que eles vissem o que aconteceu. Grito. Mais alto. Barulhos. Silêncio.
Clara volta o filme novamente até a parte onde se vê um vulto. Pausou.
Ativou o comando de câmera lenta.
Um frame. Dois... Três... Vulto. Pausou.
Ela ficou olhando para a televisão. Havia algo estranho com aquele vulto. Tinha a silhueta de uma mulher e não era possível ver seu rosto.
De repente o vulto começa a se mover. Clara para novamente a filmagem, porém o filme já estava parado.
Continua se movendo. Indo á sua direção. Ela corre até a TV e a tira da tomada. Continua se movendo.
A garota sai da sala e vai até seu quarto. Agarra seu celular coloca para chamar o primeiro número que vê.
- Alô? – grita.
- Alô, Clara?
- Carlos? Venha até aqui! Socorro!
De repente ela começa a ouvir o barulho de alguém sufocando no telefone. Jogou-o longe. Ele bateu na parede e caiu no chão.
O barulho continuou. Clara levanta-se e sai da casa. Começa a correr, sem nenhuma direção, intenção ou qualquer objetivo de onde chegar. Apenas corria pela rua gelada e nublada.
De repente tromba com algo e cai de costas no chão. Sente uma enorme dor de cabeça. Passa a mão por seus cabelos rasos e curtos. Olha sua mão novamente. Sangue.
Clara observa seu redor. Foi no portão da escola que esbarrou. Ele estava aberto. Ela entra vagarosamente. Ainda estavam tendo aulas. Era possível notar isso pelo barulho vindo das salas de aula.
A garota começa andar até que vê Alisson.
- Alisson?
Ela vira-se para trás e enxerga Clara.
- O que você está fazendo aqui? Não devia estar investigando o vídeo? – Alisson falou.
Clara começa a tremer.
- Tem algo realmente estranho no vídeo. Não é nenhuma brincadeira de Júnia! – ela começa a chorar.
Alisson a abraça. As duas começam a andar até a enfermaria, cuidar do ferimento na cabeça de Clara.
- O que você estava fazendo fora da aula, Alisson? – pergunta.
- Carlos. Ele saiu correndo do repente da aula dizendo que precisava ajudar alguém.
Ela lembra-se que o chamou e fica agitada.
- Ei! Alisson! Me passe seu celular!
- Para... – Alisson começa.
- Rápido! – interrompe Clara.
A amiga pega o aparelho e o entrega.
Clara começa a procurar o numero de Carlos. Assim que o acha, na lista telefônica digital, liga para ele. Chamou. Nada.
- Preciso voltar para minha casa ver se ele está bem!
Alisson concorda com a cabeça.
- Vou junto! – diz.
As duas começam a correr. Estão na porta da escola quando ouvem alguém
- Parem! As duas! – gritou Greg.
Alisson para de correr.
- Vai ver como ele está! – fala rapidamente.
Clara continua correndo. Estava começando a sentir dor nas pernas quando chegou á sua casa. Estava tudo escuro. Foi entrando.
- Carlos?
Acendeu a luz da sala e começou a ir para o corredor que se dividia entre seu quarto e a cozinha. Andava vagarosamente.
- Carlos?
Foi para seu quarto e acendeu a luz. Ouviu alguém sufocando na cozinha.
- Carlos? É você?
Virou-se e seguiu o corredor novamente até a cozinha. Gritou.



Capítulo 5: Alisson Sullivan

Lá estava Alisson, sentada na dura cadeira de madeira da sala dos professores. Greg a encarava e repetiu novamente a pergunta que passara a fazer após vê-la tentando fugir da escola.
- O que estava acontecendo?
- Nada! Eu já disse!
Ele levantou-se e começou a andar pela pequena sala. Foi até o armário e agarrou um punhado de papeis. Retirou dele uma ficha completa sobre Alisson, com todas suas notas, advertências, trabalhos entregues, não entregues entre outras coisas.
Olhou entre os papeis da ficha e depois concluiu:
- Você não me parece uma aluna bagunceira. O que está havendo?
Os cabelos grisalhos de Greg balançaram-se ao vento que entrou furiosamente pela janela ao seu lado.
- Nada! Eu já disse várias vezes. – Alisson disse grosseiramente.
O professor riu.
- Eu já fui adolescente! Sei detectar confusão de perto!
- Não a que arranjamos. – A garota gaguejou.
Greg suspirou.
- Olha... Vou liberá-la dessa vez... Mas não conte com isso se eu vê-la aprontando novamente.
Alisson saiu rapidamente pela porta e foi correndo até o banheiro feminino agarrando seu celular e discando o número de Clara.
Chamou. Atendeu.
- Clara? Alô?
Sem resposta.
- Está tudo bem por aí? Cadê o Carlos?
Alguém começou a sufocar do outro lado da linha telefônica. Alisson desligou.
De repente ouviu um estranho baque no banheiro ao lado. Assustou-se e resolveu conferir o que estava acontecendo. Saiu de lá e foi entrando no banheiro masculino vagarosamente. Baque. Gritou. Saiu correndo.
Foi até a classe e sentou-se, aguardando que os outros chegassem. Sentiu a respiração de alguém á sua nuca. Virou o pescoço vagarosamente. A loira.
Alisson não gritou. Simplesmente saiu da sala e foi até o portão da escola, onde se sentou. Lá ficou, tremendo de frio, até o sinal para a saída bater.

Ela foi andando até o ônibus. Sentou-se no primeiro banco que viu. Julia chegou e começou a falar varias coisas ao lado dela. Alisson nem sequer ouvia. Desceu do ônibus e foi caminhando até sua casa.
A porta estava aberta, então ela foi entrando. Lá estava Joe, sentado no sofá com sua mãe e com a namorada, Paloma, assistindo algo. Um cheiro de podridão estava naquele lugar. Ele foi se aproximando do sofá para sentar-se também quando escorregou. Caiu.
Quando se levantou, notou que havia escorregado em sangue e que os três estavam mortos, assistindo ao vídeo de Júnia.
Alisson saiu correndo.
Isso era o que menos adiantava, pois a loira estava em sua cola e não iria saciar-se até matá-la. Sentiu novamente a respiração de alguém á sua nuca, simplesmente voltou atrás e entrou na casa novamente.



Capítulo 6: Gloria Sullivan

Gloria voltou para casa da viagem logo depois que seus filhos foram para escola. Dormiu pouco mais que duas horas e foi trabalhar. Seu marido, Daniel, ficaria mais um dia na chácara onde estavam.
Estava dirigindo, quando o celular tocou. Ela o atendeu séria, assim que percebeu ser o número da escola.
- Alô? Senhora Sullivan? – perguntaram.
- Sim. Quem fala?
- É o Greg, professor de matemática de seus filhos.
- Sim, sim... O que houve?
Gloria ouviu um suspiro do outro lado da linha. Porém o suspiro começou a se prolongar e virar um sufoco.
- Alô? Tem alguém aí? – falou, começando a se preocupar.
Desligou. Gloria virou a esquina e foi em direção á escola. Não demorou muito a chegar, o portão ainda estava aberto e ainda estava havendo aulas. Ela entrou e foi direto á diretoria.
Ficou em pé, encarando o balcão vazio até que a secretária chegou. Uma moça nova, com o cabelo loiro solto, jeans rasgados e uma blusa simples, branca.
- Oi! Desculpe a demora!
Gloria balançou a cabeça enquanto dizia:
- Não! Imagine!
- No que posso ajudá-la?
- Preciso falar com Greg.
A secretária fez um sinal negativo com a cabeça.
- Ele acabou de sair.
Gloria pareceu confusa.
- Alguma coisa aconteceu com Alisson?
A garota ligou o computador que lá havia.
- Quem?
- Alisson Sullivan.
A secretária digitou o nome da garota.
- Não, não aconteceu nada com ela.
Gloria agradeceu e saiu aliviada. Estava no corredor quando ouviu um barulho, o mesmo do telefone.
- Tem alguém aí? – perguntou.
Sem resposta.
Ela continuou andando até ouvir novamente o barulho.
-Tem alguém?... Escuta! Se isso é uma brincadeira, não tem graça nenhuma.
Barulho.
- PARE!



Capítulo 7: Robert Peyton

Robert começou a sentir uma enorme dor de cabeça no meio da aula. Começou depois que uma garota pedira para ir ao banheiro, assim como o cheiro de podre, qual ninguém aparentava sentir.
- Tudo bem Robie? – Karen, sua namorada, perguntou.
- Sim... Tudo... - respondeu, desanimado. – Você...
- O que?
- Você está sentindo este cheiro?
Karen respirou fundo.
- Não, não sinto nenhum cheiro... – a garota, enfim disse.
Robert balançou a cabeça.
Logo a aula terminou e todos foram para o intervalo. Ele saiu junto á Karen e foi até o pátio. Sentaram-se nos degraus da escadaria que levava até a quadra e ali ficaram.
- Você está se sentindo bem? – Karen perguntou preocupada.
Robert estava distraído, olhando fixamente á um ponto vazio da quadra.
Não demorou muito á terminar o intervalo e ambos foram de volta para a classe, onde haveria uma segunda aula de português. O cheiro podre, para ele, continuava no local.
As aulas daquele dia terminaram e Robert foi para sua casa, á pé, já que era bem perto da escola. As ruas estavam vazias, havia poucas pessoas e poucos carros também.
Quando chegou, puxou dos bolsos um molho de chaves e abriu o portão, cruzou o jardim da frente e logo depois, destrancou a porta.
Entrou em sua casa e sentiu um horrível cheiro de podridão.
- Mas o que...?
Não ficou muito tempo lá, assim que trocou de roupas, saiu. Qualquer lugar estava melhor que lá dentro.
Assim que alcançou o portão, pegou o celular do bolso e discou o número de Karen.
- Alô, Karen?
- Oi! Melhorou?
- Na verdade não...
Robert ouviu-a suspirar do outro lado da linha telefônica.
- Posso ir aí? – ele perguntou.
- Venha! A gente faz o trabalho de física juntos!
- Ok! – desligou.
Voltou a andar, desta vez, indo em direção á casa de Karen, que morava perto de uma linda praça. Estava atravessando a rua quando viu Mattson, um Garoto de sua classe que dominava bem o assunto do trabalho que iriam realizar.
- Oi! Mattson! – cumprimentou.
- Oi!
- Ei! Você não quer ajudar eu e Karen a fazer o trabalho?
- Ah cara! Acontece que eu estou meio ocupado...
- Por que você faltou hoje?
- Fui ao médico...
Robert balançou a cabeça positivamente.
- Tudo bem... – falou.
- Até mais cara! – Mattson despediu-se.
- Até...
Cada um continuou seu caminho. Não demorou muito e Robert chegara á praça, onde estava sendo desmontada uma feira de ciganos. Ele parou e ficou observando-os por um tempo.
De repente, uma velha muito estranha olhou para ele e foi á sua direção. Robert ficou assustado, mas manteve-se parado.
- Criança! – ela começou. – Vocês correm muito perigo! Vocês despertaram a lenda da loira!
- Do que você está falando?
- Eu sei que você não fez o ritual, mas a maldição pegará á todos que cruzarem seu caminho, mesmo que não queiram! Por isso, vamos sair da cidade... Antes que a maldição de sua escola chegue á nós!
Um homem muito forte, com trajes típicos de cigano os viu conversando, olhou para a velha e falou:
- Pare! Vamos logo embora!
Ela concordou com a cabeça e entrou em uma caminhonete.
“O que aquela velha quis dizer com maldição da loira?”, Robert ficou se perguntando.

- Oi amor! – disse ao entrar.
- Oi querido! – Karen respondeu lhe dando um beijo.
Ambos sentaram na cama e ela puxou seu caderno para que fizessem o trabalho.
Ele ficou pronto em duas horas, assim, Karen pensa em convidar Robert para comer algo, ambos estavam famintos.
- Ro, você não quer comer algo?
- Quero sim...
Os dois saíram do quarto, após Karen guardar o caderno de volta na mochila, e foram para a cozinha. Ela começou a procurar algo na geladeira enquanto ele revistava o armário.
- Tem pão aí no armário?
- Tem sim.
- Vamos fazer sanduíches?
Robert concordou com a cabeça e colocou o pacote de pães em cima da mesa. Então se lembrou da cigana.
- Posso usar seu computador? – ele perguntou.
- Pode... Pra que você quer usar ele?
- Pesquisa.
Robert foi à frente ao computador e ligou-o. Assim que conectou, entrou em um site de pesquisa e digitou as palavras-chave como sendo: Maldição; Loira.
Um de seus primeiros resultados era intitulado “A Maldição da Loira do Banheiro”. Ele clicou.

A maldição da loira do banheiro

Essa lenda urbana iniciou-se nos anos sessenta, por volta de Piracicaba, interior de São Paulo, Brasil, e até hoje assusta crianças e adolescentes do mundo todo.
Em sua primeira versão, quem fosse ao banheiro da escola em horário de aula, a encontrava lá, com olheira e algodão nas narinas.
Porém, sendo uma lenda urbana (Sim! Aquela que um amigo de um amigo meu soube de alguém que viu a loira!), tomou novas formas e novas versões. A que é mais conhecida hoje em dia, é a da aluna, que se apaixonou por um professor. Quando ele não retribuiu seu amor, ela foi até o banheiro e enforcou-se.
Outra versão que prevalece é a da garota que matava aulas o tempo todo no banheiro. Porem, um dia, o chão estava liso demais, ela escorregou e bateu a cabeça.
Um novo elemento incorporado nessa lenda é que é preciso chamar a loira em rituais muito estranhos e engraçados, como dar a descarga cinco vezes falando palavrões ou então, cortando o ralo do banheiro, entre outras.

Ao ver isso, Robert resolveu pesquisar outras palavras-chave: Assassinato, escola de intercâmbio.

Garota assassinada na escola de intercambio

Esta tarde, 01/11/1989, fora assassinada uma garota na escola de intercambio. O provável assassino, professor da garota, enforcou-se logo após afogar a vitima no vaso sanitário do banheiro masculino.
Os motivos de tal acontecimento não são tão claros, mas outro professor dela, afirmou que vira a vitima vagando pelos corredores da escola e que ela se transformou em um espírito.
Isso se tornara uma nova versão da lenda urbana brasileira da “Loira do Banheiro” dos anos 60. O porquê do assassinato ainda está em aberto.

- KAREN?
- Oi?
- Precisamos ir para a escola! AGORA!

Os portões estavam abertos e não estava mais havendo aulas. Viaturas da polícia estavam em frente á escola.



Capítulo 8 – Emily Moore

Emily nem estava prestando muita atenção no que a professora falava, apenas fazia desenhos desajeitados nos cantos de seu caderno. Parou um pouco e virou para o lado, conversar com Alice, sua melhor amiga.
- Ei! – chamou baixinho.
A amiga nem olhou. Emily estalou os dedos, o que chamou a atenção dela imediatamente.
- O que você quer?
- Eu vou matar a aula dessa professora chata que haverá depois do intervalo... Você vem comigo? – ela convidou.
- Sei lá... Você vai pular o muro?
- É!
De repente, uma das garotas da classe pediu para ir ao banheiro. Assim que a professora olhou para trás, as duas voltaram a fingir que copiavam o conteúdo na lousa.
Depois que a professora voltou a escrever no quadro negro as duas retomaram a conversa.
- E aí? Você vai?
- Vou sim.
- Você está sentindo este cheiro? – Emily perguntou.
- Que cheiro?
Ela olhou para os outros alunos na classe e apenas três deles estavam sentindo o cheiro, era possível notar isso por suas expressões de nojo.
- Parece que aquela garota nem esperou o intervalo... – Alice riu.
O sinal bateu e as duas começaram a arrumar o material escolar e coloca-lo dentro de suas bolsas. Emily foi à frente, atravessou a porta e olhou para trás. Havia apenas um grupo de sete pessoas. Alice não estava lá.
- Vocês viram Alice? – ela questionou.
- Quem? - uma das garotas na turma perguntou, como resposta.
- Alice, a menina que senta ao meu lado...
Eles balançaram a cabeça negativamente.
- Sabia que ela iria amarelar! – resmungou á si mesma.
Saiu da sala deixando a porta bater atrás de si e foi até o pátio, onde pulou o muro baixo facilmente.
Foi para seu apartamento andando rapidamente pelas ruas, cabisbaixa e desanimada. “Alice não podia simplesmente ter dito não?”, se perguntava.
Seus pais estavam em uma viagem á trabalhos, portanto ela ficaria sozinha.
Passou pela portaria e foi até o elevador, que já estava naquele andar. Parou no andar acima para que entrasse uma mulher.
- Este elevador está subindo.
Sem resposta.
Então Emily percebeu. Não era uma mulher qualquer.
- Alice? – disse, puxando a amiga para um abraço. – Como você chegou até aqui?
Sem resposta.
- Alice?
Emily parou de abraçá-la para olhar em seu rosto. Gritou. Olhou na tela acima da porta para ver em que andar que elas estavam. Cinco. De repente o número quatro brilha, tomando o lugar de seu sucessor. Três. Dois. Um. Térreo. Garagem. Nada. Não havia nada na tela verde-escuro, mas o elevador continuava descendo.
Voltou á olhar para Alice. Sem olhos. Emily fechou seus olhos fortemente e deixou um grito de pavor sair de sua boca.
De repente a porta do elevador se abriu e nele entram duas senhoras de idade. Ela abriu os olhos novamente e olhou para a tela. Décimo terceiro andar. Saiu correndo do elevador. Colocou a mão dentro de seus bolsos e agarrou seu celular.
Ligou. Nem sabia para quem. Atenderam.
- Alô?
- Alô? Quem está falando? – ela gritou.
- Matt... Quem fala?
- Emily... Da escola!
O garoto bocejou do outro lado da linha telefônica.
- O que você quer?
- Tem... Tem uma maldição me perseguindo!
- Como?
- Uma maldição... Sei lá! Começou na escola e... – Matt desligara.
As pernas de Emily tremiam e ela mal conseguia parar de pé. Foi até seu apartamento abriu a porta rapidamente com as chaves em mãos e foi direto á seu quarto, onde ligou o computador. Maldições.
Maldição é a ação efetiva de um poder sobrenatural, caracterizada pela adversidade que traz, sendo geralmente usada para expressar o azar ou algo ruim na vida de uma pessoa. Antigamente era algo semelhante a um "Feitiço" ou Ëncantamento", mas que só causa o mal à pessoa. Uma maldição pode até causar uma morte, como o caso dos EUA onde um espiríto ou uma entidade causou a morte de um homem, depois que uma bruxa rogou uma praga na família "Bells".
Não. Não fora o resultado esperado. Correu se deitar na cama. Estava ajitada, provavelmente não iria conseguir dormir.
Levantou-se rapidamente e pegou um cobertor no guarda roupas lá perto. Deitou-se e envolveu seu corpo no tecido pesado, que logo a aqueceu. Menos seus pés. Seus pés estavam de fora. Aquietou.

Um certo tempo se passou. Ela continuava imóvel, deitada na cama. Havia um silêncio pesado no apartamento que a assustava ainda mais.
Mãos. Pés.
Uma bizarra massagem.
Emily gritou ao sentir aquelas estranhas mãos que tocaram seus pés. Barulho de sufoco. Ela rolou da cama para o chão e começou a choramingar.
Sentiu-se uma crinça, como medo do que poderia estar debaixo da cama. Aquele escuridão entre o colchão e o piso começou a atormenta-la.
Um braço saiu em meio á escuridão. Um braço completamente pálido. Logo em seguida veio uma cabeça. Uma cabeça repleta de cabelos loiros.
A loira do banheiro. Ela pesquisara pela palavra errada e isso parecia evidente agora.
Agarrou seu celular e apertou o botão de “redial”.
Outro braço.
- OI?
- Oi?
- MATT?
- O que?
Emily mal conseguia respirar para falar.
- Foi a loira do banheiro! É ela!
Ele desligara. Pensava que era um trote.
Emily levantou-se do canto e correu para a janela, onde atirou-se.



Capítulo 9: Greg Morales

Greg estava de janela nos horários de aula e tentava resolver um problema com a impressora. Foi até a sala dos computadores e voltou para falar com a secretária.
Estava concentrado em seu caminho quando vê Alisson e Clara, correndo á sua direção.
- Parem! As duas! – gritou.
Apenas uma delas obedeceu, enquanto a outra saiu correndo.
- O que vocês pensam que estavam fazendo?
- Precisamos fazer isso! Apenas não questione! – Alisson disse secamente.
Más lembranças vieram na mente do professor.
- Venha comigo! – falou, indo em direção á sala dos professores.
A garota foi logo atrás.

- O que estava acontecendo?
- Nada! Eu já disse!
Ele levantou-se e começou a andar pela pequena sala. Foi até o armário e agarrou um punhado de papeis. Retirou dele uma ficha completa sobre Alisson, com todas suas notas, advertências, trabalhos entregues, não entregues entre outras coisas.
Olhou entre os papeis da ficha e depois concluiu:
- Você não me parece uma aluna bagunceira. O que está havendo?
Os cabelos grisalhos de Greg balançaram-se ao vento que entrou furiosamente pela janela ao seu lado.
- Nada! Eu já disse várias vezes. – Alisson disse grosseiramente.
O professor riu. Estava nervoso e preocupado.
- Eu já fui adolescente! Sei detectar confusão de perto!
- Não a que arranjamos. – A garota gaguejou.
Greg suspirou fundo. Era o mesmo que acontecera com ele. Certeza.
- Olha... Vou liberá-la dessa vez... Mas não conte com isso se eu vê-la aprontando novamente.
Alisson saiu rapidamente pela porta.
Greg esperou um pouco, revirou algumas fichas, olhou o computador. Estava agitado. Saiu logo em seguida, sem direção nenhuma.
- Socorro!
Ele ouviu algo.
- Socorro!
- Olá?
- SOCORRO! – um grito feminino cortou os corredores.
Greg começou a correr, tentando saber de onde veio. De repente, tudo lhe pareceu obvio. O banheiro masculino.
Foi correndo até lá e não demorou muito a entrar. Lá estava ela, encolhida no canto do banheiro, em estado de choque, chorando: Júnia.
- O que houve meu bem? O que houve?
Pegou o celular e ligou para a ambulância.



Capítulo 10: Karen La’Torre

Karen ficou esperando por um bom tempo até que Robert chegou, com uma expressão de muito susto em seu rosto.
- O que houve? – perguntou, preocupada.
- Não sei... Mas tem viaturas policiais na escola!
Karen tampou a boca com a mão.
- E agora? – perguntou.
Robert foi até o guarda-roupa e pegou uma lanterna.
- Eu preciso entrar naquela escola!
- Para que? Para que? – Karen disse desesperada.
- Para parar a loira!
Dizendo isso, o garoto saiu. Ela saiu logo atrás.

O portão estava fechado, não havia mais viaturas policiais. Robert já devia estar lá dentro.
Karen pulou o muro e entrou pelo pátio, passando pelas escadarias onde ficara durante o intervalo.
- Ro?
Ninguém.
A porta que levava ao interior da escola estava aberta, Robert provavelmente forçou-a a abrir.
- Ro? Pare com essa bobagem!
Ela entrou vagarosamente e ouviu um barulho de passos.
- Ro?
Começou a andar pelos corredores, seguindo o barulho de passos. Virou. O banheiro.
- Ro? Você está aí?
Karen abriu a porta. Estava muito escuro dentro do banheiro. Seus sapatos começaram a derrapar no chão molhado. Ela escorregou.
Caiu em algo macio. Pele.
Tateou uma lanterna e a acendeu.
Robert estava no chão, morto. Ao seu lado estavam mais dez pessoas. Todos da escola.
Karen gritou.

Demorou muito tempo para Karen recobrar a consciência. Assim que conseguiu recobra-la notou que Robert segurava em sua mão, uma agenda.
Com as pernas tremendo e um frio enorme, ela se levantou e pegou o objeto da mão do namorado. O número 1989 estava escrito, com letra dourada na capa. Ela abriu nas últimas páginas.

Dia 01
Entregar trabalho – Geografia.
Falar com Greg sobre a recuperação.
Fazer trabalho – Português.

Dia 02
Falar com John – Prova.
Fazer trabalho em dupla com a Rabeca.
Aulas extras de inglês.

Assustou-se ao ler o que estava escrito no dia três:

Dia 03
Socor

Aquela palavra lhe teve um impacto muito grande. Seu coração disparara. Socor. O que aconteceu com a pessoa que escrevia naquela agenda?
Karen se levantou. Gritou.
A loira estava lá, de pé, com os cabelos cobrindo o rosto. Seu rosto começou a se levantar. Seu pescoço fazia um barulho estranho. Crack. Levantou mais o rosto. Crack. Karen ficou sem reação. Crack.
Seu rosto e seus cabelos estavam todos ensangüentados, seus olhos estavam completamente vermelhos, suas narinas estavam cheias de algodão. Ela abriu a boca.
Sufoco.



Capitulo 11: Júnia Stenico

Júnia despertou levemente. Tudo á sua volta era um conjunto de manchas brancas indecifráveis, assim como sua memória.
Demorou muito até seus olhos perceberem que ela estava em um hospital. Greg estava ao seu lado, parecia muito preocupado.
- Greg? O que aconteceu? – ela gemeu.
Ele olhou para seus olhos como se tivesse levado um enorme susto. Levantou e se ajoelhou para que pudesse segurar a mão de júnia.
- Eu... Eu á encontrei... No banheiro... – ele parecia tentar elaborar a pergunta certa. A pergunta que levaria á resposta certa. – Você invocou a loira do banheiro?
A garota se espantou com a pergunta. Abriu a boca para falar algo, mas o som não saia.
- Nós... Nós... Acho que... – foram as únicas palavras que ela conseguiu pronunciar.
Greg concordou com a cabeça.
- Sabe? Aqueles filmes orientais? Os de terror?
Júnia continuava sem reação, apenas o encarava.
- A maioria deles começa com um provérbio... Que eu passei a acreditar, depois de todos esses anos. Eu entrei naquela escola. Você entrou naquela escola. Nós, e todo o resto de seus colegas de estudo, nos deparamos com uma maldição, e agora faremos parte dela. Não tem escapatória... Assim como a morte. Não importa quantas caridades você fez por toda sua vida! Não importa quantas vidas você salvou, ou até mesmo o contrário... Tudo... Apesar de tudo... Todos acabam como igual. A morte. Você vai acabar morrendo... Como todo mundo.
Júnia começou a chorar.
- Mas o que importa não é o que vai acontecer após a morte, mas as lembranças que vai levar da vida. A loira virou um espírito amaldiçoado por quê? Ela ficou com as lembranças ruins. E vocês despertaram esse mal, ao fazer a invocação... Que faz a loira se lembrar de seus últimos momentos... Os piores...
Era possível ver claramente que o ritual que ela fizera, mudara tudo. A maldição que ela despertara...
- Nós estivemos naquela escola. A não ser que um milagre aconteça, um meteoro caia naquela escola ou resolvam coloca-la abaixo nesse momento... Nós vamos morrer... Virar novas maldições...
- Isso quer dizer que a loira poderá matar qualquer um, em qualquer escola se alguém a invocar, tamanha sua raiva... Sua tristeza? – Júnia, enfim, indagou.
Greg deu de ombros.
- Eu preciso voltar até aquela escola! – A garota falou, decidida.
- Fazer o que lá?
- Deve haver um modo de acabar com a maldição!

Ela corria. Muito. A casa de Clara era a mais perto do hospital, primeiro, era para lá que júnia iria. O portão e a porta estavam abertos. Tudo estava imóvel.
- Clara? – Júnia chamou.
Silencio total.
A garota começou a olhar pela casa. Tudo estava simplesmente quieto demais. Estava indo embora quando tropeçou na câmera que usou para gravar sua invocação da loira. Ela pegou a filmadora em mãos e a ligou.

Já não estava com as roupas do hospital, vestira algo de Clara antes de sair. Quanto mais corria, mais a escola parecia estar longe. Assim que chegou, notou que o portão estava aberto, assim como a porta. Estava tudo muito escuro, já era noite. Começou a chover.
Júnia ligou a câmera e ativou a luz, que lhe serviria de lanterna. Começou a procurar pelo banheiro. Virou os três corredores que levavam á sala de Greg e depois, conhecendo o caminho de cor, chegou até lá.
Ouviu o barulho de alguém sufocando. Ignorou.
Ela nem sabia direito o que procurava por lá. Ouviu passos por suas costas e virou-se. Era possível ver uma silhueta feminina. Era possível ver a loira, que vinha á sua direção com passos curtos e sofridos.

Joe á levou até a cozinha. Pegou um garfo. Retesou seu braço. O olho.

Júnia fechou os olhos.

Esta tarde, 01/11/1989, fora assassinada uma garota na escola de intercambio. O provável assassino, professor da garota, enforcou-se logo após afogar a vitima no vaso sanitário do banheiro masculino.
Aulas extras de inglês.
Baque.
A torneira estava aberta.
Seus sapatos começaram a derrapar no chão molhado. Ela escorregou.

Júnia abriu os olhos.
A loira desaparecera. Virou-se novamente. Gritou.

Ela ouviu passos e correu pegar a câmera para se esconder em um dos boxes temendo ser pega. Ninguém apareceu.

A garota correu até um dos boxes do banheiro.

Virar novas maldições... Virar novas maldições... Virar novas maldições...

Ouviu passos. Alguém estava se aproximando. O a porta do box se abriu. Júnia saiu correndo. Escorregou. Caiu de cabeça no chão.
Um homem se aproximou dela. Agarrou seus cabelos e a levou até a privada. Ela começou a gritar.
- Você acabou com a minha vida! Por que você denunciou nosso amor? A gente se amava! Vou ser preso por sua causa... Aliás... Não vou... Por que vou matar a nós dois.

Epílogo

- Você ouviu falar de como a escola de intercambio da cidade foi fechada? – ela perguntou.
- Eu não! – Carol respondeu.
- Foi por que a Loira do Banheiro matou á todos os alunos e professores em um dia! Ninguém sobreviveu!
Ela deu uma risadinha nervosa.
- Então como você sabe essa história?
- Um dos alunos tinha faltado, esse tal de Mattson. Mas soube de toda história por uma amiga, que lhe contou tudo por telefone antes de morrer.
- O que aconteceu com ele?
- Se matou um mês depois.
A professora olhou para trás, o que as fez voltar instantaneamente á posição de quem estava copiando o conteúdo do quadro negro. Assim que ela voltou á passar o texto na lousa, as duas voltaram á conversar.
- Eu não acredito nessas bobagens! – Carol cochichou.
- Elas acreditam em você.
Aline ergueu uma das sobrancelhas.
- Aline... Fique quieta... Você não me engana!
- Mas eu te assusto... – riu.
- Você quer apostar que essas coisas não existem? – Carol desafiou.
Aline riu novamente.
Ela agarrou o pote de tinta vermelha da aula de artística e molhou o dedo. Assim que o guardou, começou a gritar:
- Ai meu Deus! Ai meu Deus!
A professora virou-se novamente e todos na classe voltaram sua atenção ás duas.
- Vá se limpar!
Carol concordou com a cabeça e saiu. Aline foi logo atrás.
- Vou ajudá-la!
As duas começaram a ter um ataque de riso no meio do corredor.
- Mas tem que ser no banheiro masculino... – Aline disse.
Carol ficou séria.
- Tudo bem... Mas aposto como você vai acabar molhando as calças...
- Veremos!
- Eu estou com a tesoura... Você está com seu celular? – Aline perguntou.
Carol concordou com a cabeça.
- Para que? – perguntou.
- Por que nós vamos filmar o ritual... – zombou.
>>Fim<<<
Espero que quem leu... Tenha gostado...
Até a próxima...