THOUSANDS OF FREE BLOGGER TEMPLATES ?

09/03/2008

Mais um conto para minha coleção: A casa da praia

Esse conto eu fiz junto com um colega meu de escola... bom... ele não fez questão de nada... mas mesmo assim o final quase inteirinho é sob sua influencia... Espero que gostem.

A Casa da Praia

O ronco do motor que a moto fazia já o estava quase hipnotizando. Já era noite, o sol acabara de se pôr no horizonte, o ar estava quente, era calor, o motivo de sua camisa sem mangas e seu shorts praiano.
Cris estava indo á uma festa. Era mais uma daquelas festas aonde quase toda escola ia para uma casa na praia, vezes de um deles, vezes alugada, como neste ano. Todos sempre bebiam muito, muitas vezes até cair no chão, e no dia seguinte, de ressaca, voltariam todos para suas casas, dessa vez sem se preocupar com lições, trabalhos, notas. Quando voltassem, estariam de férias, sendo esse o ritual que encerrava o ano letivo escolar.
Os mais espertos, como Cris, nem bebiam muito, para ficarem sóbrios, escutando os mais bizarros segredos de seus colegas que, bêbados, desatavam á falar. “Apenas os bobos ficam bêbados nessas festas...” pensava.
A lua brilhava no alto do céu escuro, mas mesmo assim o garoto sentia certa dificuldade e até mesmo medo de prosseguir pela estrada escura. Seus olhos, debaixo do capacete, observavam qualquer sinal de festa. Carlos, seu amigo, dissera que seria um tanto difícil encontrar a casa, escondida por um amontoado de rochas, uma colina.
Cris esperava ao menos, com a moto sem muita velocidade, ouvir musica festeira, que não era raro estar bem alta.
Continuou quase lentamente pela estrada, concentrado. Após pouco mais tempo, avistou uma luz que se estendia pela areia detrás de uma colina. Devia ser lá.
Ele entrou com a moto na areia, até ver a casa, lotada, animada, com a musica alta e tudo mais. Deixou o veículo em um tipo de estacionamento que havia ao lado da casa, feita de madeira, e foi até ela, já dançando e cumprimentando todos com um enorme e contagiante sorriso estampado em sua face.
- Oi!
- Olá!
- E aí?
- Tudo bem?
- Tudo!
- Como vai essa força?
O lugar estava agitado. Todos dançavam ou ao menos cantarolavam a música alegre. Mal Cris conseguiu avistar Jennifer em meio á multidão.
- E aí Cris? – ela o chamou.
- Ei Jennifer! Você está bem? – ele falou, no mesmo ritmo animado da música.
- “Tô” sim.
- A ashlay já chegou? – perguntou.
- Não, ela está vindo junto com a Rika, de carona.
Ele pegou uma lata de cerveja qual apenas beberia para disfarçar. Lata vazia... Era o modo mais fácil de fingir que era um dos “bobos” que bebiam muito.
Em pouco mais tempo, ouviu o barulho da buzina do carro de Rika e um grito animado. Cris foi para fora da casa, ver se era mesmo o carro onde estavam suas amigas.
Lá estava Ashlay dançando, com metade de seu corpo para fora através do teto solar. Rika gritava e buzinava toda animada de dentro do carro.
De repente, o celular de Cris vibra em seu bolso, ele sai da casa, anda um pouco até a musica ficar mais baixa e atende.
- Alô?
- Oi Cris! Aqui é o Carlos!
- Por que você não chegou aqui ainda?
- Deu problema no meu carro... Você não poderia vir até aqui me buscar?
Cris andava em direção á moto, qual Rika estava estacionando seu carro ao lado.
- Vou sim. Onde você está? – perguntou.
- Estou aqui em minha casa.
- Espere aí. – desligou.
Rika e Ashlay desceram do carro e foram de encontro ao rapaz.
- Oi! - Ashlay falou, animada, já dançando. – Aonde você pensa que vai?
- Eu vou buscar o Carlos... Já volto.
- “Tá”. A gente não está com pressa. A noite tem doze longas horas! – Ashlay falou, rindo.
- Se comportem vocês dois! – Rika falou se afastando do grupo para entrar na casa.
Ashlay deu um beijo em Cris e foi para a casa, assim como sua amiga.
Não demorou muito, e as garotas já estavam bebendo e dançando junto aos outros, na festa que, aos poucos ia lotando toda a praia.
Quando Cris voltou, junto ao Carlos, já não havia quase ninguém dentro da casa. Todos dançavam e festejavam em meio á areia.
- Cheguei pessoal! Agora a festa começa! – Carlos gritou.
Todos gritaram em resposta. Fora Carlos quem conseguira a casa, sem ele não haveria festa.
Cris foi até Ashlay, que estava junto á Rika e Jennifer.
- E aí? – cumprimentou.
- Essa festa está demais! – Rika gritou, para que a ouvissem em meio á musica. – Parece ter o dobro de pessoas que no ano passado! – continuou.
- A “Japinha” está animada hein! – Ashlay falou, rindo. – Segura essa fera!
Cris olhou para o mar. Seus olhos se estenderam á um estranho movimento em meio ás águas. Começou a andar em sua direção, seus pés tocaram a gelada água.
- O que você está fazendo Cris? – Rika gritou.
O garoto tomou conta do que estava fazendo e voltou-se para o grupo:
- Nada! Nada... – ele voltou correndo onde estavam as garotas.

Seus olhos se abriram lentamente. Não se lembrava de beber tanto para que estivesse com uma dor de cabeça tão grande. Cris levantou-se e começou a caminhar pela casa, que estava cheia de cacos de vidro e pessoas desacordadas pelo chão.
Saiu fora da casa para olhar o mar. Desceu pela pequena escada de madeira que havia em frente á porta. Gritou. Voltou depressa para dentro da casa, gritando.
- Tem algo lá fora! Acordem!
O garoto foi até os quartos. Seus olhos não acreditavam no que viam.
- Estão... Estão todos... – começou.
Havia sangue por toda parte. Ele voltou ao quarto onde estava.
- Ashlay?! Acorda!
Ela abriu os olhos, assim como Rika, na cama ao seu lado.
- O que aconteceu? – a garota perguntou.
- Tem alguma coisa nessa casa! – ele falou, afobado.
- Do que você está falando? – Jennifer perguntou com os olhos ainda fechados.
- De algo que matou todo mundo!
Carlos levantou-se da cama e abriu a janela para verificar sobre o que Cris falava.
- Meu Deus do céu! – exclamou.
Todos correram até a janela para ver.
Um enorme monstro levantava-se em meio á neblina que abraçava o mar. Arrastava-se através de pequenos tentáculos espinhosos que saiam por todo seu corpo, se movia com as duas mãos. No lugar de pernas, havia uma gorda cauda de peixe, onde em suas laterais tinham vários cortes, por onde o monstro parecia respirar. Seu rosto era parecido ao de uma pessoa, mas sua boca era anormalmente aberta, sua gengiva era grande, seus dentes aparentavam ser pequenos. Os olhos ficavam nas laterais de sua cabeça. A pele que recobria seu bizarro corpo era muito acidentada e, onde não havia sangue, esverdeada.
- Ele está vindo para cá! – Rika sussurrou.
- Fecha essa janela! – Carlos disse desesperado, já quase saindo do quarto.
Cris fechou a janela rapidamente enquanto perguntava:
- O que a gente vai fazer?
Baque.
Todos se assustaram.
- Aquela coisa está tentando entrar! – Ashlay falou, quase gritando.
Baque.
- Saiam do quarto! – Cris gritou pronto para fechar a porta assim que todos saíssem.
O grupo deixou o quarto e correu até a cozinha. As janelas partiram-se antes que Cris fechasse a porta.
- Peguem facas, espetos, ou qualquer coisa com qual possamos nos defender. – o rapaz falou, indo até uma das gavetas.
Rika pegou um espeto de churrasco. Cris encontrou na gaveta duas facas de cortar carne, quais ficaram com Carlos e Ashlay. Jennifer pegou uma panela e Cris equipou-se com um facão.
Baque.
- Para a sala! Antes que ele saia do quarto! – Jennifer gritou.
Todos correram para a sala. A porta para fora da casa estava aberta. Fugiram.
Cris lembrou-se de sua moto no estacionamento.
- Minha moto! – falou. – podemos pega-la para dar o fora daqui!
- Mas... O quarto é em frente á garagem. Se aquilo estiver lá? – Jennifer perguntou desesperada.
- É um começo. – Rika disse.
Dirigiram-se silenciosamente até a garagem onde estava, além da moto de Cris, o carro onde as garotas vieram.
- Todo mundo para dentro do carro. – ele gritou.
O grupo começou a entrar no carro, Cris correu até o banco do motorista.
- Ele está aqui! – Carlos berrou, apontando á janela e correndo até a moto. – Eu vou usar a moto! – completou.
Lá estava o monstro atravessando a janela quebrada novamente.
Cris colocou as chaves na ignição e girou-as. O motor roncou. Não funcionou.
- Rápido! – Ashlay gritou.
O garoto tentou novamente. Roncou. Nada.
- Vai! – Rika desesperou-se. – Vai! Funciona!
Tentou novamente. Ligou.
- Vai! Vai! – Rika continuou apressando, no banco traseiro.
Cris acelerou o carro ao máximo e contornou a casa. De repente, ouviu um grito. Parou.
- Carlos!
Lá estava o outro garoto, em meio ás garras do monstro, envolto dos pés á cabeça pelos tentáculos cheios de espinhos.
- Cris! Fique longe de mim! – ouviu Carlos gritar.
Ele voltou para o carro. O motor parara.
- O que a gente vai fazer? – Jennifer gritou.
Todos saíram do veículo. Lá estava Carlos, na areia. Sem pele. Ashlay começou á chorar.
- Quieta! – Cris falou. – Ouçam!
- O que? – Rika perguntou.
- O monstro está nos cercando... – o garoto respondeu. – Vamos ter que escalar!
Os quatro começaram a escalar a pequena colina. Jennifer indo por ultimo, deixando a panela para trás.
Uma gelada chuva desceu do céu.
- Está muito escorregadio! – reclamou Ashlay.
- Continue! Você consegue! – gritou Jennifer, que olhou para baixo. – Não olhem para baixo! Em nenhuma circunstancia!
O monstro estava esperando, pacientemente, que qualquer um deles caísse, enquanto esticava ao máximo seus tentáculos para alcançá-los.
- Ele está tentando nos pegar! Vai mais rápido! – Jennifer berrou, em meio ao seu desespero.
Ashlay começa a chorar.
- Eu não vou conseguir! – diz.
- Vai sim! Não desista! – Cris a anima já quase no topo.
Continuavam a subida sob as pedras deslizantes e escorregadias. Cris chegou ao topo e logo depois estendeu as mãos para ajudar Ashlay. O garoto olhou para baixo, já com ela ao seu lado.
- Jennifer! Rápido! – gritou. – Não olhe! Continue subindo!
A garota subia. Resistia bravamente sua vontade de olhar para baixo, até que sentiu algo tocar seu pé.
- Jennifer! – Ashlay chorou.
Ela olhou. Havia um tentáculo enrolado em sua canela. Gritou. Foi puxada. Suas mãos escorregaram por entre as pedras.
- Jennifer! Não! – Cris gritou.
- Vai Rika! Venha logo! – Ashlay falou.
Rika continuava sua escalada. Os tentáculos do monstro voltaram a subir também. Ashlay e Cris estenderam os braços para alcançar à amiga. Puxaram. Rika estava no topo.
-E agora? Ele nos cercou! – ashlay choramingou, acariciando os lisos cabelos escuros de sua amiga.
- Ele está maior... Mais forte... Não podia ter se alimentado. – diz Cris, olhando para a coisa abaixo da colina.
De repente, com a ajuda de suas mãos e dos tentáculos, o monstro começa a subir.
- Meu Deus! – desespera-se Cris. – Ele está subindo!
Ashlay grita.
- O que a gente vai fazer? – chora. – Nós vamos morrer!
Um dos tentáculos alcança o topo. Ashlay grita novamente. Cris pega sua faca e tenta corta-lo, sem sucesso. A garota se levanta, deixando Rika e vai ver o que está havendo.
Outro tentáculo chega ao topo, seguido pelo braço do monstro.
- Se afastem! – Cris diz, enquanto prepara-se para atacar.
Vários tentáculos foram em direção á Ashlay, enrolando-se por todo seu corpo.
- Ash! – o garoto grita.
- Ashlay! Não! – chora Rika, pegando o espeto para atacar aos tentáculos.
Eles deixam o corpo de Ashlay violentamente, puxando quase toda sua pele.
Cris começa a chorar. Rika leva a mão á boca enquanto seus olhos se enchem de lágrimas.
- Por quê? Por quê? – o garoto grita, em prantos.
Um barulho ensurdecedor parecido com o de uma sirene de uma fábrica de modo distorcido começa a sair do monstro. As nuvens se tornam vermelhas. Cris fechou os olhos enquanto Rika se contorcia no chão, tentando tampar os ouvidos.

Cris olhou para o mar. Seus olhos se estenderam á um estranho movimento em meio ás águas. Começou a andar em sua direção, seus pés tocaram a gelada água.
Havia sangue por toda parte. Ele voltou ao quarto onde estava.
- O que a gente vai fazer?
Não se lembrava de beber tanto para que estivesse com uma dor de cabeça tão grande
- Cris! Fique longe de mim! – ouviu Carlos gritar.
- O monstro está nos cercando... – o garoto respondeu. – Vamos ter que escalar!
- Ele está maior... Mais forte... Não podia ter se alimentado. – diz Cris, olhando para a coisa abaixo da colina.
- Se afastem! – Cris diz, enquanto prepara-se para atacar.
Vários tentáculos foram em direção á Ashlay, enrolando-se por todo seu corpo.

Abriu os olhos.
- Eu... Eu sou o monstro. – o garoto falou.
- Do que você está falando? – Rika perguntou, chorando.
- Eu sou o monstro... Sou ligado a ele. Se ele morrer eu morro... Se eu morrer ele dorme. Partilhamos da mesma alma, partilhamos da mesma maldição. Ele se conectou a mim, assim como a várias outras pessoas no dia do meu nascimento. Não é só a mim que ele é interligado. Ele é um demônio imortal... Um caçador eterno.
- Cris! Meu Deus do céu... – Rika grita, olhando para o céu todo avermelhado.
A mão do monstro se estende á garota, que começa a ser pressionada contra o chão. Cris consegue ouvir seus ossos estalando e vê sangue saindo pelos seus olhos e pela sua boca.
Fitou o monstro por mais um curto tempo. Como poderia viver assim? Como conseguiria ter sua alma divida á de um assassino? Ele já não tinha mais nada a fazer. Abriu seus braços e deixou-se cair. Não haveria vida depois de tudo aquilo... Não iria suportar tanta dor. E já sem sua namorada, sem seus amigos, sem seus pais, mortos em acidente e sem motivação, já não lhe restava mais nada. Apenas as duras pedras e a areia da praia... Mortais.

- Essa festa vai ser demais de boa! Vou dançar e beber até cair! – Alisson falou, já correndo até a casa de madeira.
- Vai com calma garotona! – Karen falou, passando as mãos por sua costa. – A noite é longa. E não estamos com pressa de nada.
Estavam todos dançando novamente, todos bebendo e se divertindo ao ritmo contagiante e após um tempo, já nem estavam mais dentro da casa e a diversão continuava pela areia da praia, onde Alisson dançava alegremente. Dançava... Até ver um estranho movimento por entre as salgadas e gélidas águas do mar.

é mais curto que o da loira do banheiro... mas espero que gostem... se é que alguem lê as baboseiras que escrevo aqui...

0 comentários: