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01/10/2008

A Porta Trancada

É claro que a gente não ia passar o mês do halloween em branco né? Escrevi este para abrir a "maratona". É bem curtinho... mas divertido [pelo menso para quem gosta de sangue... hehehehe] aí vai a "obra":

A Porta Trancada


- Por favor, querida! Deixe-nos entrar!
Um choro era ouvido dentro do quarto, e em meio á ele fora dito:
- Não! Por favor... Não entrem!
- Seu pai vai por essa porta abaixo! – a mãe disse, desesperada.
- Eu já perdi a paciência com essa menina! Não vou mais pedir por favor! – o pai reclamou, de maneira bruta.
- Querido! – a mulher disse, cerrando os dentes e olhando para ele. – pelo menos nos conte o que está acontecendo, meu anjo.
- Vocês não vão acreditar. – a menina gritou, entre choro.
- Pelo menos tente. – a mãe continuou, insistentemente, recostada á porta, com a cabeça apoiada sobre os ombros, uma das mãos na maçaneta e a outra fazendo sinal para que o marido se acalmasse.
Ambos ouviram a garota suspirar em meio aos soluços do outro lado da porta trancada.
- Tudo bem. – enfim, falou a voz fina e chorosa. – começou no dia das bruxas. Não me lembro direito o que estávamos conversando... Ah sim! Era sobre um filme de horror onde o mocinho enfrentou os monstros praticamente desarmado. Aí já viu né: “Eu tenho moral para fazer isso!”, o Gustavo disse com aquele jeitão dele sabe?
- Sei sim querida! Sei sim...
- Então... Desse jeitinho aí sabe? Tipo, eu respondi “Tem nada!”, daí é que o bicho ficou irritado! – a garota engrossou a voz para imitar o colega. – “Pelo menos eu tenho mais moral que você!”, todo irritadinho!
O pai sentou-se ao lado da porta, enquanto a mulher ainda permanecia de pé.
- Continue querida! Continue. – a mãe apoiou.
- Eu tive que me defender né? “Eu não tenho moral? Claro que sim!”. – alterou a voz novamente. – “É, acho que não tem!”.
Ela voltou a chorar, dessa vez ainda forte.
- Se acalme querida... Senão não entenderemos nada! – a mãe falou, sentando-se ao lado do marido.
Alguns minutos se passaram ante a calma voltar e ela continuar.
- “Eu duvido que você tenha moral de ficar uma hora na igreja abandonada!” ele falou, me desafiando. Eu tive que aceitar, senão ele ia ficar tirando sarro de mim e ia me fazer a paciência. A gente apostou alguns doces. Eu tinha que levar uma câmera e filmar tudo para provar que fui eu quem ficou uma hora. Eu queria ficar pelo menos duas horas, pra provar para ele!
Um raio cortou o céu e pôde ser visto pela janela do corredor, iluminando a face dos dois pais, assustados e desesperados, logo em seguida pôde ser ouvido o trovão e o início de uma grossa e densa chuva.
- Quando chegou a hora, fugi pela janela com uma câmera emprestada e fui lá.
- Que bobinha... – o pai falou, com certa pena.
- Isso não vai ajudar! – a mãe reclamou, dando um leve, mas barulhento tapa no ombro dele. – Continue, por favor!
- Fiquei lá na igreja tipo... Ah... Foi tipo, um bom tempinho. Meu erro foi ter ido á noite sem dormir á tarde. Acabei adormecendo encostada em um dos baços que estavam enfileirados até um tipo de altar. Acordei depois. Olhei no relógio e já passava da meia noite. Tinha um tipo de cantoria horrível que ecoava por toda parte. Não tem como descrever aqueles sons com palavras humanas... E as coisas que senti naquele momento...
- Como assim? – o pai, já calmo, perguntou.
- O mais parecido com o que senti naquele momento foi medo, mas não era bem isso... Era diferente... Eu não sei falar! Ai! Me arrepiou de ponta á ponta... Credo! Ai! Ai! – gritou.
- Tá tudo bem aí? – a mãe perguntou.
- Ai! Tá horrível! – a menina respondeu, ainda chorando.
- E o que aconteceu depois? – o pai deu continuidade.
- Ai! Ai! O que houve é que... Ai! O gato morreu de curiosidade. Eu fui ver de onde vinha o som. Era debaixo da igreja. Vocês já foram lá certo? – perguntou.
- Fomos sim...
- Tem aquela... Ai... Escadinha de madeira do lado do altar que leva a gente para baixo sabe? – responderam que sim. – Então, desci por lá. Aquele porão estava com umas dez pessoas. Todas contavam a música e dançavam de um jeito muito estranho. Usavam máscaras. Mas tipo, não era bem mascaras... Ai... Pareciam de verdade... Pareciam até respirar. “Super” estranho. Só sei que aram máscaras porque depois um deles tirou. Tinha um desenho vermelho feito com linhas bem grossas no chão, e em cada ponta do desenho tinha uma vela. Eu achei que era sangue mãe... Mãe! Ai!
- Querida! Por favor, abra a porta!
- Não! Ai!
- Então continue... A gente tá preocupado com você!
- Tá bom... Eu dei meia volta e estava saindo quando meu pé fez ranger aquela madeira velha. – continuou aos soluços. – aí um deles tirou a máscara e cuspiu na minha costela um inseto feio demais! Parecia uma borboleta... Mas era muito estranha... Não sei nem como explicar. Não era um inseto normal! Era maligno! Eu sei disso porque depois as coisas só começaram a dar errado. Corri pra casa e tirei aquela coisa nojenta de mim... Ai credo! Isso tudo no domingo. Na segunda eu fui na escola e mostrei o vídeo pro Gustavo... O vídeo e a borboleta. Na terça começou aquela coçeira horrível na minha cabeça. Eu coçava, coçava... Na quarta, eu coçei e senti um ardido sabe? Aquele que faz a gente até sentir arrepio! Me segurei o máximo para não coçar. Vim andando para casa... Aí é que ardeu mesmo... Na sexta, vocês foram viajar... Ai! Na sexta vocês... Ai, ai! Voltei da escola normal, vi logo na entrada que o telefone fora cortado e assim que entrei no quarto, vi um bilhetinho que minha avó deixou para mim, avisando que foi pro centro da cidade resolver as coisas do telefone cortado por engano. Não agüentei e coçei de novo. Mal relei a mão porque grudou no meu dedo um tipo de “casquinha” bem fininha e nele, uns fios de cabelo. Com um cheiro salgado. Me atrevi e encostei “rapidão” de novo no machucado, que tava ardendo muito, muito mesmo sabe? Senti uma superfície carnosa... Tipo... Tipo gelatina... Ai! – a mãe começou a chorar. – Passei remédio e fui dormir. Acordei umas duas horas depois e fui ver se a vó já tinha chegado. Nada. Ai! Passei a mão pela cabeça e senti uma casca em cima do machucado... No meu braço tinha uma também. Me desesperei e fui pra cama pra ver o que aconteceu. Tinha cabelo para todo e quanto é lado. Eu tirei as cascas sem muito esforço, elas não estavam grudadas na pele, mas sim em um líquido amarelado bem denso. Passei a mãe pelo buraco que ficou... Ai... Ardia muito. E ficaram buracos mesmo... No meu braço dava pra ver a carne... Ai credo! Sério mesmo, eram crateras! Tentei chamar ajuda, mas os telefones estavam mudos! Procurei pela chave em todos os lugares que vocês podem imaginar...
Os pais ouviam chocados, mal acreditando nas palavras da garota, cuja voz estava ficando cada vez mais fraca.
- Meu corpo todo começou a coçar... Eu senti um gosto horrível de sangue e tentei beber um pouquinho de água. Senti um gosto mais forte ainda depois que bebi. Aí senti uma pedrinha enroscada em minha garganta. Cuspi na pia. Era um de meus dentes.
- Filha? – o pai gaguejou.
O choro de ambos os lados tinha ficado mais forte.
- Meu corpo coçava! Coçava! Inteirinho. Aquele bicho tinha deixado em mim uma maldição! Não tinha como chamar ambulância. Me tranquei no quarto. Aí a vó chegou... Chamou vocês e o resto... Ai! O resto vocês... AI! Vocês já sabem. AI! AIE! Ai! Ai, ai, ai, ai... Tá saindo! AI! NÃO CONSIGO ME LEVANTAR! AI!
Após isso, não houve sem algum por meio minuto, a não ser o som da chuva.
Ignorando o choro da esposa, o pai se levantou e, em movimentos muito fortes com os braços, derrubou a porta. Um terrível cheiro inundou-lhes as narinas e quase os fez vomitar.
Havia sangue e um líquido amarelo por toda parte, enquanto um cadáver completamente sem pele estava jogado ao chão.



Esse foi o mais diferente dos que escrevi... O mais nojento também... espero que curtam...

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