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17/02/2009

Bem-Vindo ao Cemitério da Morte

A Joyce não ia esperar que eu encontrasse esse texto velho que a gente escreveu mas eu encontrei... Tinha esquecido que postei ele numa comu de contos... e Pra quem acha que minha colega não tem dons escritícios (num achei outra palavra... hehehe), aí vai o conto que prova que eu e ela tirávamos 10 qdo a professora pedia contos:

Eu estava em frente ao cemitério, era uma sexta feira, 13 de agosto, á meia noite.Uma leve brisa tocou-me o rosto, fazendo meus longos e dourados cachos dançarem ao som de uma coruja.
Estava aguardando meu amigo Cris. Sempre tive certo interesse por esse garoto e a melhor oportunidade de conhecê-lo, sem seus amigos e minhas amigas azucrinando, chegara: Investigar o cemitério Graveyard para saber se realmente ele era mal assombrado.
Acredito que não vá apenas para me ver. Seus amigos o apelidaram de coração-de-galinha, pois ele nunca os acompanhou em acampamentos ou em investigações de casas mal assombradas. Acho que ele veio, na verdade, para provar sua coragem.
Me distraí tanto em meus pensamentos que nem o notei chegar e quando percebi, Cris já estava ao meu lado.
- Alice... – nesse momento quase pulei de susto, minha barriga congelou como se eu engolisse um iceberg.
- Oi?!
- Vamos? – ele apressou se retesando para pular o muro.
Fiz apoio com as mãos para que pulasse, mas antes resolvi perguntar-lhe o motivo de ter vindo ao cemitério.
- Por que você veio? – gaguejei – Digo... Estou curiosa... É para provar algo aos seus amigos... Enfim, por quê?
Ele coçou a cabeça.
- É que li um “negócio” na internet e resolvi conferir. Mas... E você?
Não podia contar pra ele que só tinha ido para vê-lo. Tive de inventar uma desculpa.
- É que estou evitando ficar em casa. Detestei meu novo padastro, não suporto trombar com ele nos corredores.
Voltei a fazer apoio com as mãos e ele subiu, vagarosamente, tomando cuidado com os arames farpados que estavam acima do muro. Assim que Cris chegou lá em cima, me ajudou a subir também.
Logo, estávamos dentro do cemitério. Cris abriu sua mochila e tirou dela duas lanternas, me entregando uma delas.
- Temos que procurar pela lápide de Helen Groove. – ele disse sério.
Eu apenas concordei com a cabeça e comecei a olhar as extensas fileiras de túmulos. Foi quando começou a chover.
Fiquei com muita raiva, pois minha mochila ficaria toda molhada, mas a raiva passou em um instante, no mesmo instante em que ouvi um barulho de passos atrás de mim.
Olhei por cima de meus ombros, mas não vi nada. Um vento gélido cercou meu corpo molhado e me fez sentir um arrepio.
- Cris? – disse esperançosa.
Nenhum som. Nada. Um forte cheiro de terra molhada encheu minhas narinas.
- Achei! – Cris gritou ao longe. – Achei Alice!
Comecei a correr em direção ao som de sua voz, mas o barulho me fez parar novamente. Virei-me e apontei a lanterna para algumas lápides logo á minha frente. Alguma coisa se mexeu. Fui à direção ao tumulo onde houvera o movimento.

“Colin Groove – amado esposo e pai.”

Eram as inscrições na lápide.
O barulho repetiu-se. Me aproximei ainda mais. Alguém se levantou, uma pessoa muito alta, alta demais para ser humana. Sai correndo.
- CRIS? CRIS?! – eu gritava sem parar.
Vi que meu amigo não estava tão longe. Tropecei em uma pedra e cai de costas para uma lápide, que se quebrou.
A chuva aumentara seu ritimo. Minha costa doía.
- Aí está! – Cris apanhou um dos fragmentos da lápide e retirou de dentro dele um envelope.
- O que é isso? – perguntei ainda deitada.
- É uma carta secreta sobre Colin Groove. – ele explicou.
- Nossa! Muito secreta! – ironizei.
Cris abriu a carta, mesmo na chuva e começou a ler em voz alta.

“Caro senhor prefeito.
Colin, zelador e coveiro de nosso cemitério, foi encontrado hoje, morto, em meio aos arames farpados.
Ainda há, em sua dispensa, perto da saída do cemitério, uma fita de videocassete, muito suspeita e um livro sobre maldições e fantasmas aberto na página 30.
Precisamos que abafem o caso e que arrangem uma família para seu filho recém nascido.”

- O resto está rasgado! – Cris gritou.
Levantei vagarosamente.
- Temos que ir até a dispensa do coveiro. – ele arregalou os olhos.
- Por que tanto interesse nisso?
Ele já estava indo em direção á dispensa. Recuperei o fôlego e foi atrás de Cris.
- ME ESPERE! – gritei.
Ele me aguardou parado por um instante, depois começou a andar novamente, assim que o alcancei.
Estávamos quase chegando á dispensa e resolvi contar-lhe o ser que vi á pouco, porem ele apressou o passo. Assim que chegamos, ele disse:
- Procure um livro e uma fita qualquer.
Começamos a procurar. A dispensa toda ficava no canto do cemitério e era feita de madeira, nela havia uma escrivaninha com uma televisão e um vídeo e vários armários cheios de produtos de limpeza, livros, arquivos, entre muitas outras coisas.
Olhei para o vídeo e para minha surpresa, a fita já estava lá.
- Hei... Cris olhe! A fita já está aqui. – anunciei.
Ele foi até lá e apertou o botão “play” para que iniciasse o vídeo.
A primeira situação apresentada era a de um acidente de carro. Um automóvel vermelho descia por uma rua e logo depois batia em um poste, porém, antes disso, algo esfumaçado com o formato de uma pessoa aparece em cima do carro.
Olhei desconfiada para Cris.
A segunda situação era a de um acidente em um posto de gasolina onde uma mulher muito estranha, da pele azul, dos cabelos negros e com uma saia toda ensangüentada, encosta-se a uma das bombas de gasolina e tudo explode.
A terceira é a de um avião, que caí apos a aparição de algo muito estranho em sua asa.
Desliguei o vídeo, pois estava muito assustada.
- O que você está fazendo? – Cris perguntou.
- Ainda temos que procurar o livro – eu falei para disfarçar.
Ele me olhou com desconfiança.
- Tudo bem. – ele disse.
Voltamos a olhar por entre as prateleiras até que senti algo encostar ao meu dedão do pé. Era o livro. Agarrei-o e gritei:
- Cris! Achei!
Ele veio rapidamente em minha direção.
- Abra na página seiscentos e seis!
Abri. Nele estava escrito:COMO LIBERTAR UMA ALMA JÁ ENTERRADA>>>QUEIME SUA LÁPIDE>>>QUEIME SEU CADÁVER

- Temos que fazer isso! – falei.
- Eu sei. – Cris disse calmo. – Eu vi o Colin, por isso pesquisei.
Eu estava muito surpresa.
- Quando você o viu?
- Em casa. Mas, seu tamanho corporal é muito esquisito! – ele falou enquanto eu concordava com a cabeça.
Havia uma pá bem ao fundo, fui buscá-la.
- Vamos roubar gasolina do gerador de energia. – eu falei já abrindo a porta para sair.
Foi exatamente o que fizemos. Pegamos à gasolina e estamos nos dirigindo ao túmulo de Colin, ao lado do de sua mulher, quando ouvi o barulho novamente.
- Corre! – Cris gritou.
Começamos a correr. Dei uma espiada por cima de meus ombros e vi que o fantasma de colin estava atrás de nós.
Chegamos á lápide quebrada e eu joguei a gasolina em cima de tudo. Cris ascendeu um isqueiro que levava sempre consigo e ascendeu o fogo. Quando olhei para trás novamente, o fantasma havia desaparecido.
- Acho que ele vai ficar sumido por um bom tempo, pelo menos o suficiente para quebrarmos a maldição – Cris falou animado.
Encarei-o nos olhos e nos beijamos.
Abracei Cris fortemente, aliviada. Ele pegou a pá e começou a cavar a terra úmida enquanto a chuva parava. Sorri para ele.
Um gélido calafrio tomou conta de mim quanto senti que alguém tocara em minhas costas e ouvi o barulho novamente...

..::FIM::..

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