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17/02/2009

Homenagem ao mestre!

Faz tempo que não posto... Então, hoje vou postar um conto que escrevi para um concurso de uma comunidade, que nem sei quem ganhou até hoje. A proposta era que... Os membros da comuna re-escrevessem um conto do mestre Stephen King. Era um conto muito antigo dele, com uma linguagem bem infantil... Bom. Vocês podem conferir minha re-escritura e talvez... Eu até poste o original, se encontrar ele de novo...

A Coisa no Fundo do Poço
Era o nono aniversário de Oglethorpe Crater. A mãe preparara uma enorme festa, convidara todas as crianças de sua classe escolar e de seu bairro, porém ele ficava quieto, calado, com seu estranho olhar gelado e suas afeições secas de sempre. Não sorriu a festa inteira.
Apenas deu um leve sorriso maldoso quando seu pai apareceu com um cachorro, andava em sua direção com o pequeno animal debaixo do braço, enquanto Crater apenas esperava sentado no sofá.
- Feliz aniversario querido! Trouxe um presente! – o pai disse, levantando o cachorro, que estava com um laço de presente no lugar da coleira.
O garotinho pegou o animal no colo e começou a acariciá-lo, passando seus finos dedos por entre os pêlos, imaginando o que iria fazer com o cãozinho assim que a festa encerrasse. Nomeou-o em silencio, sem dizer nada a ninguém, de Spotty.

A senhora Crater carregava um enorme saco preto de lixo, recolhendo todos os pratos, garfos e copos descartáveis sujos que via pela frente. Ela estava cansada. Esfregava e massageava a testa para ver se sua dor de cabeça passava, mas nem isso, nem os remédios adiantaram.
Estava na verdade triste. Dera uma grande festa, mas o garoto ao menos agradeceu e parecia pouco se importar.
- Nunca mais... Nem pensar. – Falou, amarrando a boca do saco e já o indo colocar do lado de fora. Passou pelo portão e abriu a lata de lixo. Assim que viu o que estava dentro dela gritou horrorizada. Tampou-a e saiu correndo, para dentro de casa. Pegou o telefone e ligou para o número de seu vizinho.
Demorou certo tempo para que atendessem.
- Alô? – cumprimentou o vizinho, aparentando estar alegre.
- Por que você fez isso de novo! – a mulher gritou histérica. – Por que você colocou justo na nossa lata de lixo?
- Do que você está falando? – perguntou.
- Vá até lá ver! Quem sabe não refresca sua memória. – desligou.
Assim que colocou o tele fone no lugar onde estava, a mãe saiu de sua casa e viu que seu vizinho estava olhando para a lata de lixo, com muito nojo. Assim notou estar sendo observado ele olhou para ela e falou:
- Isso é nojento. Por que eu faria uma coisa dessas?
A mulher se aproximou novamente da lata e olhou com o canto de seu olho para o que havia dentro dela.
Um gato morto, com a barriga aberta, cortada, sem seus olhos, cheio de pregos que perfuravam sua pele, já em decomposição.
Após um tempo encarando o vizinho, ela compreendeu que não fora ele e começou a criar teorias que alguém da rua o colocara lá. Foi para seu quarto, e deitou-se na cama olhando para o teto. Esperou que todos os pensamentos saíssem de sua cabeça e foi lavar o rosto. Voltou para o quarto e ficou um bom tempo em silêncio. Estava pegando no sono quando ouviu um choramingar canino vindo do segundo andar da casa, onde ficava o quarto de Oglethorpe.
- O que está acontecendo aí em cima querido? – gritou.
- Nada mãezinha. – uma voz fina e infantil respondeu. – foi o Spotty que pisou em vidro quebrado.

A cozinheira abriu a geladeira á procura de frango. Assim que pegou a carne, picou-a e colocou na frigideira para fritar. Assim que terminou de fazer o frango, o colocou em um prato e preparou outra panela para fritar batata para o garotinho, enchendo-a de óleo. Foi até a dispensa buscar massa de tomate. Com a pequena lata em mãos, voltou para a cozinha e deixou-a em cima da mesa.
Estava indo verificar se o óleo estava quente o suficiente quando de repente escorregou em uma poça de urina. Gritou. Sentiu a pele arder, queimar. Assim que escorregara, sua mão atingiu o cabo da panela com óleo, que caiu todo em seu rosto e em parte de seu tórax.

Os pais entraram correndo no hospital. Foram até a sala onde se encontrava a cozinheira.
Alguns metros de distância de onde se encontrava a empregada, eles ouviram berros, desesperados e choros de pavor:
- Tirem esse garoto de perto de mim! Ele é o demônio disfarçado de inocência! Ele causou isso em mim! Olhem! Está chorando e nem ao menos saem lágrimas de seus olhos!
Eles entraram no quarto no momento em que os enfermeiros retiravam Oglethorpe de perto da mulher com o rosto todo queimado.
- O que aconteceu? – a mãe perguntou ao médico.
- Ela escorregou em urina e derrubou a panela de óleo quente em seu rosto. – ele respondeu, fazendo anotações em sua caderneta sem parar.
- Venha até aqui. – a cozinheira falou.
A mãe se aproximou.
- Antes de irem me buscar para me trazer no hospital, eu subi ao quarto de seu filho para procurar o telefone. O cachorro estava morto e desmembrado. Haviam brinquedos quebrados por toda parte e o garoto ria, gargalhava pintando a parede com sangue de suas mãos. Ele é o demônio. Eu não volto mais para sua casa nunca! Não quero mais ver seu rosto em minha frente. – seu tom de voz começou a aumentar. – Suma daqui e leve esse diabinho com você! Essa sua família é doente! – gritou.
A mãe saiu do quarto depressa, chorosa e abraçou Oglethorpe.
- O que aconteceu querido? – perguntou ao menino.
- Essa mulher é louca! Ela escorregou no xixi de Spotty e ficou morrendo de raiva. Ela matou o cachorro mãe! – chorava.

O menino Crater ficou mudo, como sempre, a viagem toda. Assim que o carro parou e a família desceu, eles foram recebidos pelo avô de Oglethorpe.
- Bem vindos! A minha fazenda deve estar diferente do que vocês se lembram. Já a reformei duas vezes desde a última vez que vieram.
- Está linda como sempre pai! – a mãe falou, com um tom de voz rouco e cansado.
Os olhos da mulher estavam inchados, parecia ter passado a noite aos choros.
O avô mal olhou para o menino. O cumprimentou rapidamente e afastou-se dele. Não queria demonstrar, mas estava com muito medo.
- O garoto vai gostar de explorar a fazenda enquanto colocamos a conversa em dia. – o velho falou.
- Não. Quero conversar com vocês.
O avô ficou encarando o menino estranhamente.
- Vá explorar. Eu e seus pais temos que conversar seriamente.
Oglethorpe deu de ombros e saiu andando lentamente pela grama. Viu que havia um monte de coelhos presos por uma cerca de madeira. Sorriu. Sai imaginação estava trabalhando.
Andou um pouco mais até que avistou um poço. Aproximou-se, apoiou seus braços na beirada, respirou fundo e gritou.
- Olá!
Ficou esperando ecos.
- Oi Oglethorpe. – uma voz suave e macia respondeu.
O garoto se assustou. Afastou-se um pouco do poço, mas sua curiosidade era maior.
- Quem? Quem está aí? – perguntou, receoso.
- É um amigo seu. Se você descer aqui poderemos brincar com todos os animais que estão aqui embaixo. Brincar do jeito que você gosta. Do jeito legal. Não desse jeito chato que os adultos querem que a gente brinque.
- Que animais? – o pequeno e maligno Crater perguntou.
- Tem pássaros, gatos, cachorros e coelhos do jeito que você gosta! E se você for muito bonzinho e não fizer tanta sujeira eu posso até te deixar brincar com um homem!

Ouviram um grito de pavor dentro da sala que vinha do lado de fora e correram para onde vinha o som. A mãe aproximou-se do poço, fechou as mãos em forma de concha ao redor dos lábios e gritou:
- Oglethorpe? É você?
- Mãe! Socorro! – ouviu como resposta.
Em pouco tempo a polícia local estava lá. Um dos policiais afastou-se do poço e foi conversar com o velho fazendeiro.
- Quem foi dessa vez?
- O menino Oglethorpe.
- Espero que ele não tenha sido uma criança muito má.
- Ah. Ele foi. A “coisa” deve ter judiado muito dele.
Os dois ficaram um minuto em silêncio, vendo os policiais trabalhando.
- Os pais sabem da “coisa”?
- Não. – o avô respondeu, seco enquanto os policiais envolta do poço tentavam impedir que a mãe visse o corpo retirado de lá.
Oglethorpe estava morto. Estava sem seus olhos, braços e pernas. Sua barriga estava brutalmente rasgada, seu pescoço torcido, havia sangue por todo lado. Muitos órgãos faltavam ao menino Crater, inclusive sua mandíbula.
A senhora crater soltou um berro de pavor quando conseguiu ver o que acontecera ao seu filho. Chorava, em desespero.
O avô apenas observava de longe, sentindo pena dela e imaginando o que levaria uma criança a ser tão maligna.
- Eles sempre encontram alguém ou algo pior que eles. – falou, quase em um sussurro.
Bom, agora é só explicar que esta postagem é em homenagem á turma da minha nova classe, que pediram por uma atualização do blog... podem esperar que vai ter muito mais! Ainda mais por causa do incentivo de todos! Muito obrigado!

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